Prevalência e associações clínicas da aterosclerose subclínica identificada por escore de cálcio coronariano: estudo transversal

https://doi.org/10.63923/smhs.2025.32

Resumo

Introdução: Um dos principais objetivos das políticas públicas no Brasil e no mundo, tem sido a diminuição da morbimortalidade relacionada à Doença Arterial Coronariana (DAC). Tendo em vista que uma significativa parcela das síndromes coronarianas agudas ocorrem em indivíduos assintomáticos, é de suma relevância a identificação de subgrupos que apresentem maior risco de desenvolver DAC. O Escore de Cálcio Coronariano (CAC), é um marcador específico que revela com rigor a carga aterosclerótica nas artérias coronárias, sendo diretamente proporcional à incidência de eventos cardiovasculares. 

Objetivos: Avaliar a prevalência de aterosclerose subclínica definida como CAC alterado em pacientes numa microrregião de Santa Catarina, reconhecendo os fatores de risco mais prevalentes.

Métodos: Em um estudo transversal, foram incluídos 547 pacientes que realizaram CAC entre janeiro/2016 a dezembro/2021. A análise estatística foi feita através do software SPSS, utilizando os testes Qui-Quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher. Foram considerados significantes os valores de P < 0,05.

Resultados: A idade média dos pacientes foi de 52,3±8,9 anos. Incluindo o CAC, a idade média arterial foi de 70,5±13,4 anos e com risco de DAC de 9,5±8,8%. Houve correlação estatística entre hipertensão arterial (HAS) e CAC >400 (p=0,04; p<0,05); assim como para diabetes mellitus (DM) e CAC >400 (p=0,01; p<0,01). Quando ajustado o CAC em percentis, verificou-se que a presença de HAS demonstrou relevância com o percentil >75 (ra=4,8; p<0,01), assim como dislipidemia, com o percentil 50-75 (ra=2,7; p<0,01) e >75 (ra=2,5; p<0,01). Já a ausência de HAS (ra=4,3; p<0,01) e de dislipidemia (ra=4,1; p<0,01) são fatores protetivos, uma vez que demonstraram significância com o percentil 0.

Conclusões: O CAC demonstrou correlação com DM, HAS e dislipidemia, ao passo que a ausência de HAS e dislipidemia são fatores de proteção cardiovascular. 

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